Interseccionalidade: Por que nossas lutas precisam andar juntas?
- 23 de mai.
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Vivemos em um país diverso, complexo — e profundamente desigual. Para enfrentarmos essa realidade de forma transformadora, é preciso mais do que discursos isolados. É necessário reconhecer que as opressões não atuam de forma separada, e sim sobrepostas. É nesse ponto que entra um conceito fundamental para quem se compromete com justiça social: a interseccionalidade.
O que é interseccionalidade?
O termo interseccionalidade foi cunhado pela jurista norte-americana Kimberlé Crenshaw, ainda nos anos 1980, para explicar como diferentes formas de discriminação se combinam e afetam pessoas que ocupam múltiplos marcadores sociais. Em outras palavras: não é possível entender as vivências de uma mulher negra, por exemplo, apenas pelo racismo ou apenas pelo machismo — é preciso considerar como esses dois sistemas de opressão se entrelaçam.
Essa abordagem rompe com a ideia de que as experiências de desigualdade podem ser analisadas por um único fator isolado, como gênero, raça, classe, orientação sexual ou deficiência. Ela propõe que esses marcadores se cruzam e produzem efeitos únicos, que não podem ser ignorados.
Por que isso importa?
Porque quando ignoramos a interseccionalidade, corremos o risco de deixar pessoas de fora das soluções. Lutar por igualdade de gênero sem considerar raça e classe, por exemplo, pode beneficiar apenas uma parcela das mulheres — geralmente as mais privilegiadas. Da mesma forma, pautas LGBTQIAPN+ que não consideram as vivências negras e periféricas podem reproduzir exclusões dentro do próprio movimento.
A interseccionalidade nos convida a olhar para a complexidade da vida real e, mais do que isso, a agir de forma mais inclusiva e eficaz. Ela amplia nosso entendimento, mas também nos responsabiliza.
Unir forças: uma estratégia e um compromisso
A luta por direitos não é uma corrida individual — é uma construção coletiva. Quando movimentos sociais se encontram, dialogam e se apoiam, o impacto se multiplica. Quando lideranças escutam e aprendem com outras vivências, os espaços se tornam mais potentes.
Na Dilogia, acreditamos que a transformação só acontece quando marcadores sociais se escutam, se reconhecem e se fortalecem mutuamente. Por isso, nosso trabalho é guiado pela prática da escuta, do afeto e da formação crítica. Porque não basta estar ao lado da diversidade — é preciso praticá-la de forma estrutural, interseccional e comprometida.
Como aplicar a interseccionalidade na prática?
Revendo políticas corporativas com o olhar cruzado entre raça, gênero, classe e orientação sexual.
Promovendo espaços seguros para escuta e pertencimento de pessoas com vivências múltiplas.
Garantindo representatividade diversa em lideranças, eventos e tomadas de decisão.
Reconhecendo os próprios privilégios e aprendendo continuamente.
O futuro é coletivo
A interseccionalidade não é uma teoria distante: é uma lente que nos ajuda a construir um futuro mais justo, plural e possível. Que possamos seguir juntos — lado a lado — sem deixar ninguém para trás.
📌 Quer conversar mais sobre esse tema na sua empresa ou grupo?
Entre em contato com a Dilogia. Nós criamos experiências transformadoras com foco em diversidade, equidade, inclusão e pertencimento.
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