Como revisar políticas internas com lente de diversidade: Checklist para começar
- 30 de abr.
- 2 min de leitura
Em um cenário cada vez mais atento à equidade, inclusão e pertencimento, revisar as políticas internas das empresas sob a perspectiva da diversidade não é apenas desejável — é urgente. As diretrizes que regem o funcionamento de uma organização impactam diretamente a experiência, o bem-estar e a permanência de grupos historicamente marginalizados no mercado de trabalho.

Mas por onde começar? A seguir, apresentamos um checklist prático e reflexivo para guiar esse processo com intencionalidade e consistência.
1. Mapeie as políticas existentes
Antes de pensar em mudanças, é fundamental saber o que já existe. Faça um levantamento completo das políticas internas: código de conduta, políticas de contratação, avaliação de desempenho, promoção, canais de denúncia, entre outras.
Perguntas norteadoras:
Quem foram as pessoas envolvidas na criação dessas políticas?
Elas consideram realidades diversas de raça, gênero, orientação sexual, idade, deficiência e outros marcadores sociais?
2. Avalie a linguagem utilizada
A linguagem é um dos principais indicadores de inclusão (ou exclusão). Políticas que usam termos genéricos ou neutros podem invisibilizar identidades e experiências específicas.
Checklist:
O documento adota linguagem neutra e respeitosa?
Reconhece explicitamente a diversidade de gênero, identidade de gênero e orientação sexual?
Está disponível em formatos acessíveis (ex: Libras, braile, leitura fácil)?
3. Analise os critérios de recrutamento e promoção
Muitas vezes, os critérios de seleção e avanço na carreira reproduzem desigualdades estruturais, mesmo que de forma não intencional.
Reflexão prática:
Há barreiras implícitas que desfavorecem determinados grupos?
Existe flexibilidade para considerar trajetórias não convencionais?
A política promove equidade no acesso a lideranças?
4. Inclua diferentes vozes no processo de revisão
Políticas que buscam incluir precisam ser construídas com quem vivencia a exclusão. Ouvir pessoas de diferentes marcadores sociais é essencial para identificar lacunas, enviesamentos e oportunidades de melhoria.
Boas práticas:
Crie grupos de escuta com colaboradores diversos.
Consulte grupos de afinidade da empresa.
Estimule participação anônima para garantir segurança.
5. Estabeleça métricas e formas de monitoramento
Políticas só são efetivas quando acompanhadas de ações concretas, metas mensuráveis e um plano de avaliação constante.
Exemplos:
Percentual de pessoas negras em cargos de liderança.
Número de treinamentos realizados sobre vieses inconscientes.
Taxa de retenção de grupos sub-representados.
Checklist rápido para revisar políticas internas com lente de diversidade:
Linguagem inclusiva e acessível
Canais de denúncia confiáveis e seguros
Reconhecimento de diferentes expressões de identidade
Critérios de avaliação e promoção justos
Participação ativa de pessoas diversas na construção das políticas
Plano de ação com metas e indicadores claros
Revisar as políticas internas com uma lente de diversidade é um processo contínuo que demanda escuta, coragem institucional e vontade de transformar estruturas. Mais do que um diferencial competitivo, essa prática é uma escolha ética por ambientes organizacionais mais justos e humanos.
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